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Grupo de Apoio ao Portador de Hepatíte C

O que é Ascite?
Ascite é a presença de excesso de fluídos na cavidade peritoneal.
É um sintoma clínico comum, que pode ter diversas causas, mas que se desenvolve mais freqüentemente como parte da descompensação de alguma doença crônica do fígado, antes assintomática.
Patogenia
A patogenia da formação de ascite pode ser causada por diversos fatores:
Mecanismos patogênicos da formação de Ascite:
A) Pressão hidrostática aumentada:
1.Cirrose;
2.Oclusão da veia hepática (syndrome de Budd-Chiari );
3.Obstrusão da veia cava inferior;
4.Pericardite constritiva;
5.Falha cardíaca congestiva;
B) Pressão Osmótica coloidal diminuída
1.Doença hepatica terminal com síntese proteica fraca;
2.Síndrome nefrática com perda de proteína;
3.Má nutrição;
4.enteropatia com perda de proteína;
C) Permeabilidade dos capilares peritoneais aumentados
1.peritonite tuberculosa;
2.peritonite bacterial;
3.Doença malígna do peritôneo;
D) Escape de fluidos para a cavidade peritoneal
1.Ascite biliar;
2.Ascite pancreática;
3.Ascite urinária;
Manifestação Clínica e Diagnóstico
As manifestações clínicas da ascite podem variar desde pacientes assintomáticos àqueles que se queixam de aperto abdominal, saciedade e dificuldades respiratórias, dependendo da quantidade de fluidos acumulados no abdômen. A partir de um exame físico, a presença da ascite pode ser determinada por:
·Distensão abdominal;
·Inchaços;
·Ondas de fluído;
·Enrijecimento que muda de lugar;
·Sinais de vazão;
A ultra-sonografia é utilizada para detectar ou excluir a presença de fluídos, se o exame clínico não for definitivo, já que a ultra-sonografia abdominal detecta pequenas quantidades de até 100ml.
A análise do fluído deve ser efetuada através das seguintes medidas:
1.Albumina soro gradiente (SAAG);
2.Concetração de amilase;
3.Concentração de triglicérides;
4.Contagem dos glóbulos vermelhos;
5.Cultura para infecções bacterianas;
6.Ph;
7.Citologia;
Tratamento
Monitorização
O tratamento para ascite dependerá da sua causa. Na maior parte dos pacientes, a causa mais comum é a cirrose com hipertensão portal. Um dos valores para se reconhecer esta causa, é o uso de diuréticos e abstenção de sal, que costuma ser eficiente em pacientes com este tipo de ascite.
No caso de pacientes com inflamação peritoneal, este método não costuma mostrar resultados positivos.
O tratamento pode ser feito em casa, não necessitando de internação, a não ser em três situações:
1.Para a investigação da causa de doenças hepaticas;
2.Educação dos pacientes quanto ao limite de 88 mmol de sódio por dia;
3.Para monitoramento de soro e eletrolitos da urina e concentração de nitrogênio de uréia e creatinina.
É importante monitorar o peso corporal, no hospital e a ingestão e eliminação de líquidos. A restrição de líquidos só é necessária se a concentração de sódio cair para menos de 120 mmol por litro, e também para determinar o valor médio do sódio, que pode ser feito através da ingestão de sal (dieta, medicação contendo sódio e soluções endovenosas) e pela excreção urinária. Um valor médio negativo é um sinal de perda de peso.
Medicação
A maior parte dos pacientes com ascite cirrótica responde à restrição de sal na dieta e com diuréticos.
Costuma-se dar a combinação de dois medicamentos: spironolactona e furosemida, que mostrou ser o mais eficaz para a diminuição da ascite. A dose inicial é de 100 mgs de Sprirolactona e 40 mgs de Furosamida pela manhã. Caso não haja diminuição de peso ou aumento de secreção de sódio pela urina após dois ou três dias, deve-se aumentar as doses iniciais.
Referências:
Runyon BA : Care of patients with ascites. New England Journal of Medicine 330:337, 1994.
Runyon BA, Montano AA, Akriviadis EA et al : The serum-ascites gradient is superior to the exsudate-transudate concept in differential diagnosis of ascites. Ann Intern Med 117:215, 1992.
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Smith LH, Bennet JC(eds): Cecil Textbook of Medicine, 20th edition. W B Saunders Company, 1996.
Cirrhosis of the liver and its major sequelae. In Wynngaarden JB, Smith
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