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Tratamentos

QUAL O TRATAMENTO IDEAL PARA A HEPATITE C?       

 

Em pacientes “naïve” (nunca antes tratados), a combinação Interferon/Ribavirina  deve ser oferecida àqueles sem contra-indicação de tratamento. (ler abaixo)

 

A duração da terapia dependerá do genótipo e do nível de viremia.

- Pacientes com genótipo 2 e 3: duração de seis meses é suficiente, independendo da  quantidade de vírus presentes.

- Pacientes com genótipo 1: a informação presente sugere que seis meses é suficiente, se  o nível da viremia estiver abaixo de 2 milhões/copias/ml.

- Para aqueles que tem níveis de viremia altos (acima de 2 milhões), é recomendado o  tratamento de 12 meses.     

 

Estudos demonstram que em 5 a 10% de pacientes que não negativaram o vírus no período de três meses,tem chances de faze-lo após seis meses de tratamento e podem obter uma resposta sustentada após o término do tratamento.

 

Não há nenhum consenso que determina a paralisação do tratamento se mesmo após os três  meses iniciais, o paciente não tiver obtido resposta sustentada, isto é a negativação do vírus.  

 

Em pacientes nunca antes tratados (naïve) cuja ribavirina esteja contra-indicada, pode-se  ministrar o Interferon (3 milhões de unidades, ou 9 microgramas três vezes por semana), pelo período de 12 meses, fazendo exames de detecção após os três  primeiros meses. O  tratamento será então continuado, caso o paciente tenha negativado neste período. Não  está provado que o aumento de doses de interferon ou administração diária ou induções de  altas doses, podem aumentar a sustentação de resposta.  

 

As contra-indicações absolutas para o uso do Interferon são:  

- psicose presente ou passada ou depressão aguda

- neutropenia e/ou trombocitopenia

 -transplante de órgãos, exceto fígado

- doenças cardíacas sintomáticas

- cirrose descompensada

- convulsões descontroladas     

 

Contra-indicações relativas para o Interferon são:  

- diabete não controlado

- desordens auto-imunes

- especialmente tireoidite

 

As contra-indicações absolutas para a Ribavirina são:  

- estágio avançado de doenças renais

- anemia

- hemoglobinopatias

- problemas cardíacos severos

- gravidez

- o não uso de proteção sexual  

 

Contra-indicações relativas para a Ribavirina:

- hipertensão arterial não controlada

- idade avançada

 

Em pacientes que tiveram uma reincidência do vírus após tratamento com Interferon, podemos considerar duas opções:  

a) tratar com a combinação Interferon/Ribavirina pelo período de  seis meses, se não houver contra-indicação à Ribavirina

b) tratar com altas doses ( mais do que 3 UM ou 9 mcgr.,três vezes por semana) de Interferon pelo período de 12 meses.

 

Em ambas as opções, o RNA HCV deve ser testado após os três primeiros meses da terapia  ,que deverá ser descontinuada no caso em que o exame permaneça positivo.  

Em pacientes que não tiveram resposta positiva após tratamento simples ou combinado (Interferon, ou Interferon/Ribavirina) – não há dados claros para a  indicação de que uma nova tentativa de tratamento será benéfica. 

 

Membros do Painel do Consenso

Jean-Pierre Benhamou (Chair, Paris, France);

Juan Rodes (Vice-Chair,Barcelona, Spain),

Harvey Alter (Bethesda, USA),

Henri Bismuth (paris, France),

Valeer Desmet (Leuven, Belgium),

Jaime Guardia (Barcelona, Spain),

Jenny Heathcote (Toronto, Canada),

Anna lok (Ann Arbor, USA),

Willis Maddrey (Dallas, USA),

Karl-Heinz Meyer zum Bueschenfelde (Mainz, Germany),

Luigi Pagliaro (Palermo, Italy),

Gustav Paumgartner (Munich, Germany),

Sheila Sherlock (London, UK).

 

Fatos sobre Terapia Recombinante: Interferon e Ribaverina 

 

1. O QUE É REBETRON?

Rebetron é a combinação de duas drogas – Rebetol (ribaverina) e Intron A (uma versão engenhada do alpha interferon)

 

2. O REBETRON ESTA DISPONIVEL?

A Food and Drug Adminitration (FDA) aprovou a combinação da ribaverina e interferon, no dia 3 de  junho, de 1998.          

 

3. QUAL A EFICÁCIA DO REBETRON?

Estudos mostraram uma melhor resposta em pacientes que usaram a combinação de  ribaverina com interferon do que os que usaram interferon sozinho. Testes também mostraram que a combinação pode curar pacientes que tiveram um relapso apos o uso da monoterapia do interferon ou que não responderam ao interferon. Resultados recentes do estudo mostram que os relapsos  do interferon obtiveram uma resposta positiva de 49 porcento quando tratados pelo periodo de 24 semanas com rebetron.

No entanto, são necessários estudos de 12 a 18 meses para que os médicos possam determinar com exatidão o quanto a terapia recombinante é superior ao interferon sozinho.

         

4. O QUE É A RIBAVIRINA E DE QUE MANEIRA ELA COMBATE O VÍRUS?        

A Ribaverina é um nucleotídeo análogo. Ela estimula as células T do organismo a combater o vírus. O Interferon ataca o vírus com sua habilidade de se “xerocar” e de se espalhar através do corpo. A combinação da ribaverina e interferon teria efeitos tanto no combate ao vírus quanto nofortalecimento do sistema imunológico.           

 

5. COMO EU POSSO SABER SE SOU UM PACIENTE ELEGÍVEL PARA O USO DO REBETRON?  

Estabeleceram-se certas regras que são importantes, mas o melhor conselho deverá vir do seu médico.

 

Pacientes candidatos ao Interferon devem seguir três critérios:

1. Ser positivos para os anticorpos do HCV

2. Ter uma concentração anormal de Alanina Amino Transferase (ALT)  no sangue

3. Inflamação crônica do fígado          

 

Pacientes não serão elegíveis para a ribaverina no caso de sofrerem de anemia ou ischemia (doença do coração). Mulheres grávidas ou amamentando também não serão elegíveis ao tratamento. A Ribaverina pode ser danosa aos bebes e aos fetos.          

 

6. COMO SABER SE ESTOU CURADO?          

O indicador mais importante é a resposta sustenida (RS). Uma RS quer dizer que os níveis de ALT são normais e que não há mais traços do HCV RNA no sangue por pelo menos seis meses após o término do tratamento. No passado a RS não era mais alta por um motivo principal: HCV existe em três tipos genéticos. O Interferon é mais eficaz com os genótipos 2 e 3. No entanto, 70 a 80 porcento dos Americanos ( e podemos dizer da população mundial) possue o genótipo 1. Dependendo da população de pacientes,a terapia com Rebetron produz um aumento de 2 a 10 vezes na resposta sustenida se comparada à monoterapia com interferon.         

 

REBETRON – INFORMACÕES IMPORTANTES SOBRE SEGURANCA          

 

Anemia associada à terapia pode exacerbar sintomas de doenças coronárias ou deteriorar funções cardíacas. É aconselhável um hemograma completo no início do tratamento e após 2 e 4 semanas ou com maior freqüência, se indicado clinicamente.

 

As experiências  mais comuns e adversas associadas com o uso do Rebetron são:

Sintomas de gripe forte tal como dores de cabeça, fatiga, mialgia e febre, que parece diminuir conforme o tratamento avança. Severas reações psiquiátricas adversas. Podem se manifestar em pacientes recebendo terapias com interferons, inclusive INTRON A.

PODEM OCORRER DEPRESSÃO, COMPORTAMENTO SUICIDA, INCLUSIVE TENTATIVAS DE SUICÍDIO  E O SUICÍDIO EM SI.

 

A combinação REBETOL/INTRON A não deverá ser  ministrada a mulheres grávidas ou com intenção de gravidez ou por parceiros de mulheres que pretendam engravidar. Se estiver em tratamento é necessário esperar seis meses após o término do tratamento para engravidar.

 

É absolutamente imprescindível que estas pessoas utilizem métodos anticoncepcionais durante o tratamento e após seis meses do término deste.   

 

Foram demonstrados efeitos teratogenicos e/ou embriônicos em todos os animais testados com ribaverina. Estes efeitos ocorreram em doses de ate 1/20 do recomendado a humanos.

 

Se acaso ocorrer uma gravidez durante este período, os médicos são encorajados a reportar os casos pelo telefone (800) 727-7064 – Estados Unidos.          

 

Fonte:http://www.hepatitis-central.com/hcv

 

VACINA 

 

Epimmune recebe patente nos E.U.A. por  tecnologia pioneira de vacina      

SAN DIEGO, 15/3. 

 

A  Epimmune Inc. anunciou hoje que o U.S. Patent and Trademark Office  (USPTO), emitiu uma patente relativa à tecnologia de vacina da companhia. A patente de número 6.037.135 recebeu o título: Methods of Making HLA Binding Peptides and Their Uses (Métodos  de Fabricação Peptídeos de Ligação HLA e Sua Utilização) e inclui cláusulas que cobrem métodos de uso de qualquer seqüência de genoma ou proteína para descobrir epítomes de célula-T que são potencialmenteúteis como vacinas profiláticas e terapêuticas. A tecnologia patenteada permite o desenvolvimento racional de vacinas de doenças específicas, para tratar e prevenir certos cânceres e doenças infecciosas incluindo hepatite C,hepatite B, AIDS emalária. 

 

A tecnologia de Epimmune surge após uma década de pesquisa da companhia voltada para a compreensão dos mecanismos moleculares que ativam as respostas do sistema imunológico humano.  A companhia acredita este campo novo de " imuno-farmacologia " representa um vínculo crítico para aplicação de seqüências de genomas ou proteínas para o desenvolvimento de vacinas que podem estimular respostas do sistema imunológico celular.  Até agora, o único modo de aplicarseqüências de genomas ou proteínas para desenvolvimento de vacinas tem sido por tentativa e erro; um processo longo e caro que não tem produzido vacinas comerciais para muitas doenças importantes.  A patente recentemente emitida cobre os métodos da companhia de prontamente traduzir dados de seqüência de antígenos em cópias da vacina. 

 

" Nós acreditamos que nossas descobertas permitirão uma geração nova de vacinas para doenças que fugiram ao padrão da vacina tradicional", disse Deborah A. Schueren,  Presidente da Epimmune.”A tecnologia patenteada dá significado à vastaquantidade de informação que está sendo compilada no mundo em bancos de dados de genomas e proteínas para todos os antígenos de doenças específicas.  Nossa tecnologia nos permitirá a traduzir quantidades enormes de dados genéticos ebiológicos brutos em candidatos à vacina específica ampliando nossa oferta de produtos mais adiante”. 

 

"A liberação desta patente pioneira deixa a companhia numa forte posição em relação  à tecnologia de epítome e estabelece um precedente em nossos esforços para proteger nosso núcleo de  tecnologia de vacinas.  

 

A Epimmune tem  um extenso portifólio de aplicações para tecnologias relacionadas pendentes nos E.U.A. e em numerosos escritórios de patentes estrangeiros" disse Timothy J. Lithgow, diretor de propriedade intelectual da Epimmune.   “Nós acreditamos ser a primeira patente norte-americana que cobre métodos de  identificação e fabricação de epítomes provenientes de qualquer fonte de antígeno, tanto os conhecidos  hoje como os a ser descobertos no futuro.  Emitindo esta patente, o USPTO reconheceu a novidade e utilidade de nosso trabalho pioneiro em tecnologia de vacinas". 

 

Os epítomes são fragmentos de antígeno capazes de gerar uma  resposta imunológica. A  Epimmune está combinando epítomes de célula-T  racionalmente, capazes de gerando células-T citotóxicas (CTL) e células-T ajudantes  (HTL),desenvolver  vacinas  inteligentes que redirecionarão e focalizarão a resposta imune de tal modo que efetivamente atacará e destruirá as células  infectadas ou cancerosas. As vacinas  EpiGene(TM) da Epimmune combinam epítomes da célula-T de regiões de antígeno altamente conservadas e de antígenos múltiplos.

 

A Epimmune desenvolve vacinas modernas para doenças infecciosas e câncer, baseadas em seu conhecimento e propriedade  intelectual no campo do reconhecimento e ativação da célula-T.  No campo de câncer, a Epimmune está   colaborando com a G.D. Searle & Co., uma subsidiária da Monsanto Co., para desenvolver produtos estimulantes imunológicos para o tratamento de câncer de  peito, cólon, pulmão e de próstata. A Epimmune também está procurandodesenvolver vacinas terapêuticas para hepatite C, hepatite B e HIV e vacinas profiláticas para hepatite C, HIV e malária.  Para mais informação sobre a Epimmune,

 

visite www.epimmune.com

FONTE Epimmune Inc.

 

Interferon ajuda a prevenir Câncer no Fígado em Pacientes com Hepatite C

 

9 de Agosto, de 1999  

 

The Medical Tribune      

 

Pacientes com Hepatite C tratados com Interferon, reduziram astaxas de câncer no fígado, mesmo quando o tratamento não eliminou a doença.  

Reportaram os pesquisadores Japoneses.      

 

Uma estimativa de 4 milhões de pessoas nos Estados Unidos tem o vírus da Hepatite C e três quartos delas vão desenvolver a doença de forma crônica, o que pode causar falha hepática e morte, em casos mais sérios, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde de Bethesda, Md. 

 

As complicações da hepatite C matam cerca de 9 mil americanos por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas. O instituto estima que na falta de terapias melhores para a infeção, a taxa de mortalidade irá triplicar até o ano 2015, ultrapassando a taxa anual da morte por AIDS.      

 

Cicatrizes e cirroses hepáticas causadas pelo vírus aumentam as possibilidades do paciente em desenvolver câncer do fígado. O tratamento com o Interferon e outra droga chamada Ribaverina, eliminam a Hepatite C em 40 por cento dos pacientes.      

 

Tentando saber se o tratamento com interferon diminuiu o risco de câncer para pessoas com Hepatite C, pesquisadores liderados pelo Dr. Haruhiko Yashida, da Universidade de Tóquio, analisaram os históricos médicos de 2.890 pacientes Japoneses, num estudo que se iniciou em1986. Destes indivíduos, 2.400 receberam Interferon enquanto 490 não receberam nada. A eficácia do Interferon no tratamento da hepatite aumentou somente nos anos recentes, o que explica porque alguns dos pacientes não foram tratados.  

Durante o acompanhamento por mais de quatro anos, notou-se que o tratamento com Interferon reduziu o risco de câncer do fígado pela Hepatite C, em 48 por cento dos pacientes, mesmo por entre aqueles que não se curaram através da droga.  Os pesquisadores também notaram que as pessoas que responderam bem ao Interferon, se beneficiaram com 80 por cento de menor risco em desenvolver o câncer do que aqueles que não receberam tratamento nenhum, matéria que foi publicada na edição de

 

Agosto dos Anais da Medicina Interna. 

 

Uma coisa é suspeitar de alguma coisa e outra é prová-la. Este estudo prova que o Interferon diminui o risco de câncer no fígado" – afirma o hepatologista Dr. Bruce R.Bacon da Saint Louis University School of Medicine, em Saint Louis. Quase 70 por cento dos pacientes examinados     pelo Dr.Bacon, um especialista do fígado, sofrem de hepatite C, a maior causa dos transplantes de fígado dos Estados Unidos.  

O estudo japonês deveria motivar pacientes com Hepatite C a discutir o Interferon com seu especialista, se já não o fizeram, diz Bacon.

 

Muitos pacientes tem um medo desnecessário dos sintomas de gripe forte que pode afligir as pessoas que tomam o Interferon por um período de seis meses,acrescentou.  

Muitos casos de Hepatite C nos Estados Unidos são devidos a transfusões de sangue na década passada, uma condição que não mais representa grandes riscos, de acordo com o Centro de Controle de Doenças e Prevenção de Atlanta. No entanto, há controvérsias sobre a facilidade da disseminação da doença e muitas pessoas que têm o vírus não sabem que estão infectadas.  

       

     Annals of Internal Medicine (1999;131174-183)  

    Copyright 1999 The Medical Tribune News Service. All rights reserved.

Testes de Maxamine em Hepatite C

 

O SAN DIEGO, abril de 2000.

 

A Maxim Pharmaceuticals anunciou o início de um estudo clínico para avaliar a segurança da terapia tripla que incorpora o principal produto da companhia, o Maxamine(R), em pacientes com hepatite C crônica.

 

O estudo avaliará a segurança de tratamento com Maxamine em combinação com o agente imunoterápico interferon-alfa e a droga anti-viral ribavirina, em 15 pacientes com hepatite C que não apresentaram resposta com a terapia anterior. O estudo clínico está sendo conduzido no Kaplan Medical Center, em Israel.

 

A Maxim também anunciou que espera começar em meados do ano um estudo clínico para avaliar a segurança do Maxamine em combinação com pegylated interferon (liberação prolongada), para o tratamento de pacientes com hepatite C. Além disso, a companhia anunciou que os resultados de 24 semanas de seu estudo clínico com 129 pacientes tratados com Maxamine e interferon-alfa para o tratamento de hepatite C, foram aceitos para apresentação em 12 de abril de 2000, no 10º Simpósio Internacional de Hepatite Viral e Doenças de Fígado patrocinadas pelo Centro Americano para Controle e Prevenção de Doenças a acontecer em Atlanta. Todos os três estudos pretendem indicar o Maxamine para o começo de estudo clínico avançado em hepatite C ao final deste ano.

 

"Os resultados parciais da Fase II mostrados no final do ano passado sugerem que Maxamine possa melhorar substancialmente a eficácia do tratamento de hepatite C com interferon-alfa", disse Kurt R. Gehlsen, vice-presidente da Maxim. " Maxamine pode ter o potencial para beneficiar vários tratamentos existentes e propostos para hepatite C que usam imunoterapia, independendo se aquele tratamento consiste de interferon, pegyllated interferon, ou qualquer forma de interferon administrado em combinação com drogas anti-virais. Estas duas novas tentativas são previstas para facilitar testes mais avançados de Maxamine em combinação com uma grande variedade de drogas complementares. Estamos satisfeitos que como resultado do interesse crescente em Maxamine, esses dois novos testes de segurança serão custeados por nossos colaboradores".

 

A Maxim está administrando em 129 pacientes atualmente, um estudo clínico de dosagem da combinação de Maxamine e interferon-alfa no tratamento de hepatite C crônica. Este estudo contínuo servirá para determinar a dose apropriada de regime para Maxamine, e avaliar a eficácia da imunoterapia de combinação que usa Maxamine no tratamento de hepatite C crônica.

 

No final de 1999, a companhia informou que depois de 12 semanas de tratamento, 72% dos pacientes tratados com Maxamine em combinação com interferon-alfa conseguiram uma resposta bioquímica e viral completa. Relatórios publicados sugerem que não mais que 20-30% de pacientes com perfis semelhantes alcançam uma resposta bioquímica e viral completa, quando tratados durante 12 semanas só com interferon. Porém, Maxamine é uma droga experimental e sua segurança e eficácia não foi até este momento estabelecida. 

 

Hepatite C 

 

A hepatite C é transmitida mais facilmente que o HIV e está agora liderando as infecções por via sangüínea nos Estados Unidos. O Centro Americano para Prevenção e Controle de Doenças estima que mais de 4,5 milhões de americanos estão infectados com o vírus da hepatite C. A Organização Mundial de Saúde e outras fontes estimam que mais que 200 milhões de pessoas estão infectadas no mundo.

 

A hepatite é uma doença caracterizada por inflamação do fígado e, em muitos casos, cirrose permanente (cicatrizada) dos tecidos do fígado e morte. O ciclo de doença de infecção para dano significativo ao fígado pode levar 20 anos ou mais. Alguns peritos estimam que sem significativas melhorias no tratamento, as mortes por hepatite C ultrapassarão as causadas por HIV. Hepatite C é a causa principal de câncer de fígado e a principal razão para transplante de fígado em muitos países.

 

O tratamento padrão para hepatite C é o interferon-alfa, um agente imunoterapêutico freqüentemente usado em combinação com o anti-viral ribavirina. A maioria dos pacientes não atinge uma resposta sustentada com as terapias atuais. 

Avaliação do Maxamine 

 

O tratamento com Maxamine é baseado na descoberta de um mecanismo universal que suprime a capacidade do sistema imunológico para descobrir e destruir células de tumor ou células infectadas por vírus em muitos pacientes com câncer e doenças infecciosas crônicas. Maxamine é projetado para inverter essa supressão imunológica, aumentando a efetividade de imunoterapia, uma classe de terapias que empregam o sistema imunológico do corpo para lutar contra o câncer e certas doenças infecciosas.

 

Maxamine protege células imunológicas críticas e é administrado em combinação com citoquinas, uma classe de proteínas como interleukin-2 e interferon-alfa que estimula estas mesmas células imunológicas. Mais de 1.000 pacientes tem sido tratados nos testes completados e em andamento na companhia sobre melanoma maligno avançado, leucemia aguda, hepatite C e carcinoma de célula renal. Resultados de testes clínicos até o momento, sugerem que a administração de Maxamine em combinação com citoquinas, é um tratamento doméstico seguro e que pode melhorar a sobrevivência do paciente.

 

A Maxim Pharmaceuticals está desenvolvendo drogas avançadas, terapias e vacinas para câncer e doenças infecciosas. A droga candidata a líder da companhia, o Maxamine, está sendo usado atualmente na Fase III de testes clínicos de câncer em 12 países. A Maxim espera concluir divulgar em meados de 2000, relatório de resultados para sua Fase III dos Estados Unidos, do estudo de Maxamine no tratamento de melanoma maligno.

 

Testes da Fase II de Maxamine também estão em andamento para o tratamento de hepatite C e carcinoma de célula renal avançado. A companhia também está desenvolvendo MaxDerm(TM), para o tratamento de condições médicas para qual terapia tópica é apropriada como mucosite oral, herpes, úlceras de decúbito, cobreiro, queimaduras e condições relacionadas.

 

A terceira plataforma de tecnologia da empresa, o MaxVax(TM), agora em desenvolvimento preclínico, utiliza uma vacina mucosal, sistema sem agulha, para uma grande gama de doenças infecciosas. A companhia espera comercializar suas tecnologias por uma combinação de desenvolvimento doméstico e acordos de colaboração com companhias farmacêuticas. 

 

Nota de editor: Este lançamento também está disponível na Internet em www.maxim.com.

 

PEGINTRON PARA O TRATAMENTO DA HEPATITE C

Madison, N.J. 22 de Fevereiro   - 

 

Schering-Plough anunciou hoje que o Comité de Proprietários de Produtos Medicinais (CPMP), da Agencia Européia para a Avaliação de Produtos Medicinais (EMEA), recomenda a aprovação do PEGINTRON (TM) – Peg-interferon alfa-2b – para o tratamento em pacientes adultos com hepatite C crônica.

 

Esta aprovaçào está baseada em experimentos clínicos de PEGINTRON, nos quais pacientes utilizaram o produto de forma sub-cutânea, uma vez por semana, pelo período de um ano.    PEGINTRON é indicado como monoterapia, em casos de intolerância ou contra-indicação da ribavirina, para tratamento de pacientes adultos com hepatite C crônica comprovada, que possuem indícios de replicação do virus C, quer dizer,

(1). aqueles que apresentam transaminases elevadas;

(2). sem sinais de descompensação 

(3). que são positivos para o HCV RNA ou anti- HCV. 

 

A opinião do CPMP serve de base para a aprovação da Comunidade Europeia, que é confirmada em aproximadamente, três meses. A aprovação da comissão para o PEGINTRON resultará numa Autorização de Marketing unificada que será válida para os 15 países que constituem os membros da Europa Unificada. 

Estima-se que a hepatite C crônica afeta mais ou menos 10 milhões de pessoas no mercado mundial. Uma base de 5 milhões de europeus (1 a 2 porcento da população geral), está cronicamente infectada com a hepatite C, de acordo com um estudo conduzido pela World Health Organization (WHO). Na Europa a hepatite C crônica, é  a causa principal de doenças do fígado e a razão mais importante dos transplantes hepáticos. 

 

Em 23 de Dezembro,1999, a Schering-Plough dos E.U. submeteu uma aplicação de licença (Biologics License Application – BLA) para a FDA (Food and Drug Administration) pedindo a aprovação de colocar no mercado o PEG-INTRON(TM)- peg-interferon alpha 2b – em forma de pó para injeção no tratamento da hepatite C crônica em pacientes maiores de 18 anos com doenças hepáticas compensadas. O pedido de licença propõe a administração do PEG-INTRON subcutâneo, uma vez por semana, pelo período de um ano. Há uma média de 4 milhões de pessoas     infectadas cronicamente pelo vírus, nos E.U., de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDCP). 

O PEG-INTRON é uma forma injetável, modificada do INTRON(R) A – interferon alfa 2b, recombinante – da Schering-Plough, que utiliza suas propriedades com a tecnologia PEG,desenvolvida pela ENZON, Inc. De Piscataway N.J. A Schering-Plough mantem a licença exclusiva do PEG-INTRON.

 

O INTRON-A é uma versão recombinada do alpha- interferon que ocorre naturalmente e que provou exercer efeitos anti-virais e imuno-modulatórios. 

A Schering-Plough é uma companhia pesquisadora engajada na descoberta, desenvolvimento, manufatura e marketing de produtos farmacêuticos, em âmbito mundial. 

  1. Níveis de enzimas hepáticas elevadas, indicam inflamação no fígado.

  2. HCV RNA: carga viral de hepatite C (acido ribonucleico)

  3.Anti-HCV: anticorpos para o vírus da Hepatite C

 

Fonte: Schering-Plough Corporation – Enzon Inc. – Comitê para Propriedade de Produtos medicinais.

 

Terapia Natural e Nutrição para o Fígado

 

A saude perfeita depende do bom funcionamento do figado. O figado e o maior orgao que temos no corpo, pesando 5.5 kgs. E é responsavel por 500 funcoes vitais. Se pensarmos no quanto o figado faz por nos, ficamos impressionados.
Por isso, e muito importante cuidarmos bem dele.
 

Algumas das mais importantes funcoes do figado, consiste em filtrar meio litro de  sangue por minuto, armazenando e processando a hemoglobina pela contencao de ferro, armazenando vitaminas e minerais soluveis em gordura,armazenando o excesso de glucose em forma de glicogenio, produzindo a bile (1 quarto de litro por dia) e metabolizando proteinas, carbohidratos e gorduras, para prover energia e nutrientes.
 

Mais importante ainda, e a sua funcao desintoxificante. As toxinas produzidas internamente e externamente são transformadas de quimicas soluveis em gordura, em compostos soluveis em agua para que possam ser eliminadas pelos rins ou emulsificadas pela bile nos intestinos, onde se misturam com o alimento digerido e fibras para formar as fezes que eliminamos.
 

As toxinas ambientais e alimentares requerem muito esforco do nosso figado.

Por este motivo e essencial removermos todas as fontes de toxinas que não somente sobrecarregam nosso figado, como tambem afetam nosso sistema imunologico. Incluem-se ai, aditivos, corantes, ceras, flavorizantes, preservativos, pesticidas e herbicidas.
 

O alcool e tambem muito toxico ao figado e deve ser evitado quando existir uma deficiencia deste orgao, ou se não quisermos sobrecarrega-lo. As toxinas são estao presentes na gordura animal por isso e importante não esquecer disso quando se ingere produtos animais.  Diminuir ao maximo ingestao de produtos animais seria o ideal, não so para manter o teor de gordura e toxinas baixos, mas tambem para evitar as doencas microbianas que ocorrem naturalmente.
 

De acordo com Dr. Robert O Young, carnes e outros produtos animais podem conter 336 mil micro organismos patogenicos por porcao. Diferente dos produtos vegetais, que contem menos de 10 por grama.
 

Para nao sobrecarregar o figado, aconselha-se a ingerir menos de 30% de gordura.
Deve-se mencionar tambem que a gordura se torna rancosa muito facilmente, o aquecimento e o processamento podem criar radicais livres perigosos, que são prejudiciais as nossas celulas. Certifique-se sempre de que o alimento que contem gordura esteja perfeitamente fresco, por exemplo, as sementes, as castanhas, manteigas, graos, farinhas, oleos, molhos de salada e outros condimentos que contenham oleo. Mantenha-os refrigerados para garantir seu frescor. Nunca frite ou esquente oleo em temperaturas muito elevadas e evite qualquer produto que contenha oleo hidrogenado. A hidrogenizacao acrescenta hidrogenio ao oleo, o que faz com que ele se torne saturado e não seja facilmente assimilado. Escolha oleos monosaturados e poli-insaturados como azeite de oliva, girassol, gergelim, flax, semente de abobora, soja,lecitina, peixe ou canola.

 

Alimentos ricos em fibra são a chave da alimentacao saudavel. A bile carrega substancias toxicas para os intestinos, a fibra pode auxiliar na rapidez com que estas fibras vao agir no intestino grosso, eliminando as toxinas atraves das fezes.
 

Dentro desta categoria, podemos citar algumas fontes ricas em fibras:
cereias integrais e graos integrais, arroz integral, farelos, frutas secas, castanhas, sementes, feijoes, lentilhas, ervilhas, frutas e vegetais com suas cascas ( de preferencia – organicas). E muito importante diminuir o consumo de proteinas animais, não so pelo seu alto teor de gordura, mas tambem por causa dos restos de acidez que elas contem e que permanecem em nosso organismo apos a digestao. Esta cinza deve se assentar para poder ser eliminada pelos nossos rins. Este processo requer minerais que serao, entao, eliminados de nosso organismo, atraves da urina. Se tivermos minerais suficientes vindos de nossa alimentacao, estaremos mais protegidos, mas quando nossa dieta e rica em acidos que produzem cinzas, ou e pobre em minerais ( que estao cada vez mais escassos em nossos solos, portanto, muito raros em nossa dieta), nosso corpo vai absorver os minerais  que necessita atraves de outras celulas, especialmente nossos ossos e nossa bile. Se este processo continua por muito tempo, eventualmente iremos sofrer de doencas devidas a esta falta de minerais necessarios.

 

O figado tem a habilidade incrivel de se restaurar e pode funcionar com 80% de deterioracao. Esta e a boa noticia! Se pararmos de poluir nosso corpo e trabalharmos para reconstruir nosso figado, poderemos ter uma vida relativamente saudavel, mesmo que estejamos sofrendo de deoncas hepaticas severas.
 

Uma dieta saudavel , que consista de certos suplementos, ervas e nutrientes, pode estimular este processo de desintoxificacao, para que o figado possa se regenerar.
Certas enzimas são utilizadas pelo figado em seu processo de desentoxificar e há certas comidas que são conhecidas pelo seu poder de fazer estas enzimas funcionarem direito. Elas incluem:
- Repolho, brocoli e couve de bruxelas, que contem uma certa fito-quimica chamada “ indole-3-carbinol” . Que tambem e um anti-cancerigeno. Comecar seu  dia com um ou dois copos de limonada fresca, suco de laranja ou tangerina para limpar o figado, e uma pratica muito salutar.
- Levedura nutricional e graos integrais, que são fontes de vitaminas do complexo B: meloes, pimentas, tomates e frutas frescas, são todas boas fontes de vitamina C; “ turmeric” – da familia do gengibre – e um tempero deonde se tira a curcuma,  tambem regenera as celulas do figado limpando as toxinas existentes. Diminue o colesterol e tambem inibe a acao do benzopireno carciogenico encontrado nas carnes. Este tempero e muito utilizado na cozinha indiana em pratos com “ curry” e pode ser incluido na preparacao de alimentos ou mesmo ser ingerido em sua forma em po, em capsulas ou adicionado a sucos. Ele tem um sabor um pouco amargo.
- Certos amino-acidos são usados pelo figado para que ele os agregue aos quimicos toxicos e os leve para fora ou neutralize-os. Eles são:
- Glutamine, ornitina, arginina e especialmente glutationa.
- Glutationa e um dos anti-oxidantes mais importantes para o figado. Nos destruimos a glutationa quando tomamos Tylenol. A glutationa e um amino-acido complexo composto de cisteina, acido glutamico e glicina.
- As fontes de glutationa em nossa dieta estao em: frutas frescas e vegetais, carnes cozidas e peixes, cebolas e alhos, e brotos. Brotos de alfafa (feno) são particularmente bons para as funcoes do  figado e auxiliam na digestao. Todos os brotos são muito ricos em enzimas, vitaminas e minerais, possuindo um valor nutritivo superior. Uma semente brotada adiciona proteina em nossa dieta e energia essencial. Ela e uma fonte viva de forca vital. AGREGAR BROTOS EM SUA DIETA E FACIL, DIVERTIDO E SABOROSO.

Voce pode produzir seus proprios brotos, utilizando um copo ou jarra  de boca larga,  um plastico e um elastico para segurar; enchague suas sementes durante o dia e mantenha suas sementes bem drenadas. Em alguns dias voce tera um alimento integral nutritivo. E importante utilizar agua filtrada ou de nascente ou agua que não esteja contaminada com bacterias para assegurar a qualidade de seus brotos. Não coma brotos que apresentarem mofo.
 

Outra fonte de glutationa são a cisteina encontrada em carnes, peixes, ovos, soja, gluten de trigo e castanha-do-Para . O acido glutamico necessita de zinco e cobre para ser absorvido. O zinco e tambem encessario para a cicatrizacao e age como anti-viral. Boas fontes de zinco são: levedura, gema de ovo, peixe, carneiro, algas e pulsos (graos). Fontes de cobre, são: amendoas, folhas verdes, abacate e melado escuro.
 

Outro mineral necessario para  que o figado neutralize os sulfitos prejudiciais e os transforme em neutros, e o Molibdenium. Sulfitos são encontrados naturalmente e adicionados aos vinhos em forma de preservativos. As  saladas  e as barras de legumes e ate mesmo algumas frutas de quitanda são utilizam o sulfito para preservar o visual fresco das frutas e legumes.
 

E importante perguntar aos restaurantes e supermercados se eles utilizam sulfito para preservacao de seus legumes e frutas.
Fontes de molybdenium são: legumes, cereais integrais, leite, folhas verdes escuras (espinafre) e rins e figado de carnes organicas.
 

E muito dificil encontrar carnes organicas, devido a alimentacao do gado de hoje, que se alimenta com hormonios e muitos outros produtos quimicos para que sua carne seja mais saborosa e a producao seja boa. Em muitos paises, isso e pratica comum e legalmente aceita. Todos estes produtos quimicos estao presentes nos orgaos destes animais, principalmente no figado e nos rins, portanto, se alimentar com esta carne e contra-produtivo e perde o valor nutricional que buscamos.
A não ser que voce conheca pessoalmente o produtor de gado e saiba que este so foi alimentado organicamente, eu não recomendaria o uso desta carne e deseus pertences.
 

O misso ( pasta de soja) abaixa o colesterol e ajuda a neutralizar as toxinas ambientais nos intestinos. E tambem um alcalinizante para o nosso sistema. Pode ser consumido em forma de sopa, cha ou caldo.
 

Algas e outros vegetais marinhos são boas fontes de proteina, carboidratos complexos, enzimas, fibras, vitaminas, clorofila, iodo e outros minerais.
S

ão alcalinizantes e tambem neutralizam os efeitos toxicos ambientais de nosso intestino. Vegetais marinhos podem ser acrescentados ao cozimento do arroz ou outro grao, colocado em cozidods e sopas, adicionado a feijoes ou misturados a molhos, ou como sua imaginacao permitir.

Como podemos ver, muitos são os alimentos uteis para uma alimentacao natural e nutricao para o figado. São alimentos que cuidam do figado enquanto promovem uma perfeita nutricao.

 

Ervas que podem auxiliar no tratamento da HepatiteC

 

Milk Thistle - (silimarina)

© David L. Hoffman, M.N.I.M.H.

© 1995 Steven Foster

 

Traducao livre (micky woolf) - com autorizacão de hepatitis-central

 

Milk Thistle - (silimarina)

 

Constituintes: Flavonoides: a mistura destes é conhecida como silimarina

 

Ações: Hepáticas, galactogogos, demulcentes, colagogos.Indicacões: A Silimarina pode ser utilizada para aumentar a secreção e o fluxo da bile do fígado e vesícula. Seu uso tradicional como tônico hepático tem sido apoiado por pesquisadores,mostrando que contem constituintes que protegem as células hepáticas dos danos de ação química .É utilizado para diversas condições do fígado e da vesícula, inclusive hepatite e cirrose. Historicamente, esta planta tem sido utilizada na Europa como um tônico hepático e a fitoterapia recente, indica seu uso para uma grande variedade de males do fígado e da vesícula. Pode também ser útil para o tratamento de problemas uterinos crônicos. Pesquisas feitas na Alemanha revelam dados otimistas sobre a reversão de danos tóxicos do fígado, e também como protetor contra agentes hepato-toxicos importantes. Ficou demonstrado que esta erva possue flavonoides , conhecidos como silimarina.

 

A silimarina demonstrou o potencial de reverter os efeitos de alcalóides extremamente tóxicos, tais como phaloidine e alfa-amanitina do conhecido cogumelo venenoso - "Avenging Angel" (amanita phaloides) e protegeu as células hepáticas de seu impacto venenoso. Vem sendo utilizada há muito tempo por herbalistas, para o tratamento dos males do fígado.

 

Assim como seu nome implica - Milk Thistle (erva do leite, literalmente falando) promove a secreção do leite e é perfeitamente segura para ser utilizada por quem está amamentando. Preparação e Dosagem: Infuso: uma xícara de água fervente para 1 colher de chá de sementes trituradas, deixar em infusão por 10 a 15 minutos. Deve ser ingerido três vezes ao dia. Tintura: 1 a 2 ml três vezes ao dia. (No Brasil, temos o Legalon, em forma de drágeas, que contem 70% ou 140% de silimarina). Ou pode-se mandar fazer em farmácia homeopática, em forma de tintura a 70%.) Nutrientes associados à desintoxicação e ao fortalecimento do fígado e do trato Digestivo Milk Thistle (Silybum Marianum - semente) - Com propriedades de cicatrizar o fígado.

 

Pesquisadores Europeus chegaram à conclusão de que a silimarina é eficaz no tratamento da cirrose, hepatite crônica e fígado gordo devido à ação do álcool. O extrato da planta possue propriedades hepato-protetoras; protege as células do fígado dos danos causados por toxinas ambientais e internas. A erva pode ser utilizada em forma de extrato líquido, comprimido ou cápsulas. Noentanto, em casos mais sérios deve-se considerar o extrato estandardizado. Goldenseal (Hydrastis canadensis - raiz) .

 

A erva americana, goldenseal, "e um desintoxicante superior do sangue e do fígado. É um antibiótico natural, e é conhecido por ajudar a reverter os danos do fígado e tratar com eficácia, uma grande variedade de doencas inclusive do fígado. Não é aconselhável tomar esta erva por um período prolongado". Dandelion (Taraxacum officinale - raíz (dente-de-leão). O dente de leão é conhecido na Europa, por sua acão levemente diurética e hepato-protetora, sendo um excelente desintoxicante do fígado.. Aumenta o fluxo da bile e ativa a transformação e transporte dos nutrientes. É utilizado há muito tempo para tratar de doenças do fígado, artrite e gota. Bupleurum (Radix Bupleurum) Esta erva chinesa tem sido usada há 2.000 anos para reabilitar o fígado.

 

Tradicionalmente, esta planta e as formulas que a contem, são utilizadas por períodos extensos em alguns casos de hepatite crônica e outras desordens do fígado. As fórmulas clássicas incluem Minor Bupleurum ; Bupleurum e Paeony; e Bupleurum e Dragon Bone( osso de dragão). No Brasil, temos o Boldo do Chile, o Picão e o dente de leão que são utilizados como hepato-protetores auxiliares das doenças do fígado.

 

Vitaminas e Minerais

 

Para entender o papel das vitaminas e minerais nas hepatitis, devemos rever algumas definições e funções hepáticas básicas.

 

Metabolismo em Grego, quer dizer "mudar". Quando o fígado ou qualquer parte do corpo metaboliza alguma coisa, está fazendo isso para que esta coisa seja mais útil e menos tóxica. Por exemplo, o fígado pode metabolizar a proteína(modificá-la) em glucose. Os músculos podem metabolizar a glucose em energia. O fígado metaboliza muitas drogas para ativa-las. Também metaboliza muito “lixo” e drogas indesejáveis e toxinas para modifica-las e prepara-las para a eliminação pelo organismo. Fumar, cafeína, “junk food” e muitas drogas inibem o metabolismo do fígado. O metabolismo já está comprometido normalmente quando existe uma inflamação (ex.hepatite) então devemos evitar maiores comprometimentos.

 

Algumas drogas têm efeito contrário e aceleram tanto o metabolismo do fígado, que o fígado se danifica através de produtos intermediários produzidos por seu próprio metabolismo. O álcool, fenobarbitóis, e acetominofens são exemplos de indutores (aceleradores) do metabolismo do fígado.

 

As vitaminas são essenciais para o processo metabólico, mas não podem ser produzidas pelo organismo, tendo que vir através da alimentação e de suplementos.

Muitos minerais também são essenciais ao funcionamento dos processos metabólicos. Todas as vitaminas do complexo B têm papel muito importante no metabolismo energético. O fígado requer muita energia pararemover o lixo de nosso corpo. A energia do fígado fica comprometida durante processos infecciosos, portanto as vitaminas do complexo B (100mgs/dia) podem ajudar os pacientes com hepatite a se sentirem melhor.

 

Algumas vitaminas B devem ser injetadas. A vitamina B6, por exemplo, é importante na formação de proteínas, neuro transmissores, glóbulos vermelhos, hormônios e na função do sistema imunológico.

 

A vitamina B6 (piridoxina) deve ser ativada pelo fígado para se transformar em fosfato-pirodoxal-5, antes de poder ser utilizada pelo resto do organismo.

Pessoas com doenças ativas de fígado mostram dificuldades em ativar a B6, então injeções semanais podem ajudar nos diversos sintomas de hepatites. Também uma dose extra de magnésio (150mgs/dia) é uma boa idéia porque a maior parte da atividade da vitamina B6, depende da ação do magnésio.

 

Vitamina B2, encontrada no complexo B, é essencial para a ativação da B6. Se voce tomar injeções de vitamina B6, inclua B12. As injeções de B12 podem ajudar na fatiga, depressão, perda de memória, tendinitis, asma e dormências. Mesmo quando os exames de sangue mostram que os níveis de B12 estão dentro da normalidade, as injeções muitas vezes podem fazer você se sentir melhor. A maior parte da vitamina B12 é armazenada pelo fígado e quando temos uma doença hepática, o armazenamento fica comprometido. O dano que o fígado suporta durante inflamações, é devido a oxidações e dano de radicais livres. Este é o processo do envelhecimento. Quando temos um órgão inflamado, como nas hepatites, o processo de envelhecimento é acelerado!

 

A vitamina E é o antioxidante mais importante do organismo e o caçador dos radicais livres. Costuma-se recomendar doses de 400IU/dia de vitamina E pura, mais selênio 50 –150IU e vitamina C 1000-3000 mg/dia. A vitamina E não funciona sem o selênio e é regenerada no corpo através da vitamina C. A vitamina C também é um anti-oxidante, melhora a atividade do sistema imunológico, é anti-viral e tem muitos efeitos similares aos do inteferon.

 

Foram feitas diversas pesquisas animadoras que mostraram que a vitamina C ministrada via intravenosa pode melhorar a hepatite viral aguda em 2 a 4 dias. Mas este processo é utilizado somente por alguns médicos naturopatas e médicos especialmente treinados e familiares com o processo.

 

Muitos pacientes com doenças de fígado avançadas desenvolvem uma grande quantidade de lesões cutâneas. Estas são geralmente tratadas e melhoram rapidamente com o consumo de zinco. Manchas brancas nas unhas podem significar uma falta de zinco. O zinco também reverte danos neurológicos causados pela doença de Wilson (acúmulo de cobre no fígado).

 

Uma dose de 10 a 15mgs/dia de citrato de zinco ou zinco picolinado é recomendada e efetiva. Doses mais altas devem sempre ser ministradas com a supervisão médica.

Uma das funções mais importantes do metabolismo do fígado é o processo chamado “metilação”. S-adenosyl metionina (SAM) é o doador mais importante de metil, do fígado. Um fígado saudável pode fabricar tanto SAM quanto necessite.

 

Infelizmente a produção de SAM é comprometida durante a hepatite. A administração oral de SAM (800mgs/dia) demonstrou que melhora os sintomas de dor, humor, fatiga, enrijecimento matinal muscular, fluxo da bile, mal estar geral, distúrbios digestivos, alergias, sensibilidade química, TPM, constipação e protege contra o câncer do fígado paciente com doenças crônicas do fígado. Nada mal por algo que é barato e não tem efeitos colaterais!

 

E finalmente, lembre-se disso: até mesmo médicos são aconselhados a não se tratarem sozinhos. Voce não consegue ser objetivo e, portanto eficiente, quando se auto medica. Procure a ajuda de um médico naturopata, antes de se auto medicar e utilizar estes complementos.

 

Natural não é sinônimo de seguro. Medicamentos naturais devem ser tratados com respeito.

 

http://www.geocities.com/HotSprings/5670/bayley2.html

 

Interferon Peguilado - Pegasys

 

ESTUDO APRESENTADO NA SEMANA DO APARELHO DIGESTIVO – DDW – REALIZADO EM ATLANTA – ESTADOS UNIDOS

 

Estudo apresentado hoje (22/05/2001) na Semana do Aparelho Digestivo, mostra a superioridade do interferon peguilado sobre o interferon convencional.

O estudo foi realizado usando Pegasys (Roche) combinado com a ribavirina com o objetivo de se comparar os resultados com o tratamento padrão atual com interferon e ribavirina.

 

Neste estudo clínico que comparou eficácia e segurança de Pegasys associado à ribavirina com o tratamento padrão de interferon com ribavirina, a combinação usando Pegasys alcançou 56% de resposta virológica sustentada comparada a 45% conseguidos pela combinação interferon convencional e ribavirina, que até este momento tem sido considerado como o padrão internacional para tratamento da hepatite C.

 

Mesmo em grupos de pacientes onde a resposta terapêutica sabidamente é difícil de ser atingida (pacientes com subtipo ou genótipo 1), a combinação Pegasys mais ribavirina atingiu 46% de resposta virológica sustentada contra 37% nos pacientes que receberam interferon alfa com ribavirina.

Eficácia pode ser observada no início do tratamento

 

O estudo também demonstrou que logo nas primeiras semanas de tratamento (após 12 semanas), a grande maioria dos pacientes cronicamente infectados pelo vírus da hepatite C (86%) apresenta uma expressiva resposta a Pegasys mais ribavirina, seja pela drástica queda na carga viral ou até mesmo sem a presença de vírus detectável no sangue. Esta resposta precoce mostrou-se preditiva para aqueles que terão maior probabilidade de se tornarem respondedores virológicos sustentados 24 semanas após completarem o período de tratamento, o que foi observado na maioria (65%) dos pacientes.

 

“Estas são excelentes notícias para os pacientes, que saberão mais cedo se o tratamento está sendo bom para eles e se sua continuidade trará benefícios. Nós teremos a possibilidade de descontinuar a terapia na metade do tempo que fazemos atualmente, caso ela não esteja produzindo respostas. Isto significará vantagem para o paciente e economia significativa caso a terapia esteja sendo ineficaz.”, disse o Dr. Graham Foster, consultor em hepatologia do Imperial College of Science, Technology and Medicine do Hospital St. Mary em Londres.

 

Eficácia superior com menos efeitos adversos.
 

Uma das dificuldades com as terapias que usam interferon tem sido seu elevado nível de efeitos colaterais. Os médicos ficam particularmente atentos à depressão que ocorre com certa freqüência. Este estudo demonstrou que pacientes tratados com Pegasys e ribavirina apresentam significativamente menos depressão (21%) do que aqueles tratados com interferon alfa e ribavirina (30%).

 

Além disso, a síndrome gripal (caracterizada por manifestações semelhantes a uma gripe, como dor de cabeça, dores no corpo, mal estar generalizado), outro efeito colateral comum à terapia com interferon, também mostrou-se reduzido naqueles pacientes que receberam Pegasys e ribavirina.

 

“A conclusão é que agora temos uma terapia altamente eficaz que os pacientes podem tolerar ”, afirma o Dr. Michael Fried, professor associado de medicina e diretor da Hepatologia Clínica na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill. “Os resultados deste estudo são bem-vindos para médicos e certamente para os pacientes ”, complementa Dr. Fried.

 

Os resultados deste importante estudo foram apresentados hoje de manhã pelo Dr. Fried durante o congresso DDW em Atlanta, EUA.

 

Sobre Pegasys

 

Pegasys, e o nome comercial do interferon peguilado alfa-2a de 40 kDa a ser utilizado nos EUA, é uma forma única de interferon peguilado ramificado. Seu tamanho (40 kDa), aliado ao fato dele ser ramificado e de possuir ligações químicas covalentes, resultaram num medicamento verdadeiramente de dose única semanal. Além disso, a droga será convenientemente comercializada em solução pronta para uso, dispensando as inúmeras etapas de preparação inerentes à apresentação em pó liofilizado comum em diversas marcas de interferons convencionais.

 

Matéria publicada pelo Grupo Otimismo: www.hepato.com 

 

TERAPIA DA HEPATITE C

Entendendo as Terapias para o HCV - Sociedade Brasileira de Hepatologia


A terapia da hepatite C, aparentemente simples, pois se baseia na associação de apenas duas drogas, reveste-se de uma complexidade ímpar, por vezes dramática, tantos são os desafios que ainda existem e as perguntas sem resposta. Após adquirir experiência e maturidade na lide dos pacientes infectados pelo VHC, o médico percebe o quão frustrante pode ser essa experiência, para si e, particularmente, para o paciente. Assim, além do conhecimento técnico, a terapia exige um comprometimento integral do médico e, se possível, de uma equipe multidisciplinar, pois no momento, sob uma ótica otimista, o jogo está empatado, somos derrotados e vencemos em proporções semelhantes.

 

Considerando essa abordagem, discorreremos sobre os aspectos que julgamos mais relevantes em relação aos tópicos previamente enumerados.

 

A. Definições de objetivos e resposta ao tratamento

O objetivo principal da terapia na hepatite C é a eliminação do VHC. Devemos reconhecer que desde o início da utilização do Interferon-alfa como droga de escolha, obtivemos avanços significativos nos índices de sucesso, considerando os resultados globais, evoluindo de 16% para 61% de RVS, comparando monoterapia com interferon à associação interferon peguilado alfa-2a e ribavirina por 48 meses, em pacientes virgens de tratamento. Como dado intermediário, temos 45%-48% de RVS utilizando a associação interferon alfa-2b e ribavirina por 48 semanas, o que correspondeu aos melhores índices da terapia de associação.

No entanto, se considerarmos que a leitura inversa dos dados anteriores é que 39% a 55%-52% dos pacientes não responderão ao tratamento (PegIFN-alfa-2a/ribavirina e IFN-alfa-2b/ribavirina, respectivamente), teremos um índice de não-resposta considerável. Tal observação será ainda pior ao se analisar os dados do subgrupo infectado pelo genótipo 1, o mais prevalente. Os dados mais recentes de IFN-alfa-2 a/ribavirina mostram 49% de não-resposta global com doses plenas por 48 semanas, sendo de 39% para carga viral baixa e de 54% para carga viral alta. Ou seja, mesmo para a terapia padrão, a cura ainda está aquém do desejado. Assim, de forma prática e otimista, metade dos pacientes tratados com a terapia padrão ouro não vai se curar!

Para o grupo de não-respondedores e, como veremos adiante, muitos pacientes o serão, deveremos estabelecer uma meta terapêutica diferente, a resposta histológica e a modificação da história natural da doença, alterando a fibrogênese e a incidência de carcinoma hepatocelular (CHC), eventos encontrados independentemente da presença ou não de RVS. Considerando-se que para muitos a resposta para a terapia atualmente disponível será subótima, a resposta histológica é o objetivo primordial para muitos, senão a maioria dos pacientes, existindo hoje evidências desse benefício que motivaram sua análise em estudos de longa duração, por exemplo, HALT-C e EPIC que visam minimizar a fibrose.

Temos assim dois tipos de objetivos terapêuticos e as seguintes respostas:

- Eliminação do VHC

Resposta Virológica Sustentada (RVS): RNA viral indetectável 24 semanas após o término da terapia.

Resposta Virológica Não-Sustentada: RNA viral indetectável ao término da terapia, porém presente nas 24 semanas subseqüentes.

Ausência de Resposta/Não-Respondedor: Presença do RNA viral ao término da terapia, ou durante, após estar indetectável (breaktrough).

- Resposta histológica

A resposta bioquímica, normalização das transaminases de forma persistente ou transitória, correlacionou-se com redução no desenvolvimento de CHC.

 

B. Fatores limitantes: pacientes difíceis de tratar

Para uma melhor compreensão das limitações da atual terapia, baseada na utilização do interferon como principal efetor, devemos conhecer o mecanismo de ação desse agente e os mecanismos de defesa do VHC.

 

Os interferons são membros de uma família de citocinas indutíveis em resposta a uma série de estímulos nocivos ao indivíduo. Os interferons tipo I são induzidos por estímulos virais, e nesse grupo encontramos o IFN-alfa, utilizado na terapia da hepatite C. Fundamentalmente, o IFN atuará induzindo uma resposta após uma estimulação ou, de forma parácrina, após a administração exógena. Depende, portanto, da interação com um efetor/hospedeiro. Após a ligação a um receptor nas células efetoras, seu sinal será mediado por uma via citoplasmática - JAK-STAT, PKR, 2’5’OAS e Mx - desencadeando a síntese de proteínas que coletivamente criarão um “estado antiviral” que interferirá com a síntese do RNA viral. Além dessa ação, o IFN age como imunomodulador induzindo a expressão de antígenos pela via MHC, ativando efetores (células NK, macrófagos, linfócitos T citotóxicos), amplia a resposta Th1 e reduz a Th2 perifericamente – modulando o dano tissular. Porém, infelizmente, a atuação do IFN ocorre
num ambiente hostil, semelhante a um “campo minado”, correspondente não só aos mecanismos de defesa do VHC, mas também a fatores do hospedeiro que dificultam sua ação.

 

Entre os fatores de defesa do VHC, principalmente para o genótipo 1b, destaca-se a região NS5A do genoma. Nessa encontramos entre os AA 2209-2248 a Região Determinante de Sensibilidade ao Interferon (ISDR) e entre os AA 2356-2379 a região V3, além do domínio de ligação ao PKR. Tais regiões do genoma e suas proteínas têm sido associadas em modelos experimentais e em amostras de pacientes a resistência ao IFN, interferindo principalmente com a via do PKR. A região E2 e mesmo toda a poliproteína do VHC também se correlacionam com tal efeito. Modelos experimentais em hepatócitos propõem que um nível basal de expressão do NS5A, independentemente de genótipo ou mutação, confere alguma proteção ao VHC, sendo possível que a resistência seja uma adaptação a um ambiente hostil criado pelo IFN. No entanto, estudos de quasispécies do VHC em Não-Respondedores demonstraram que durante o tratamento a distribuição dessas não se alterou; porém, um menor número basal de quasispécies se correlacionou com melhor resposta terapêutica. Por esse dado, a interferência da pressão da terapia fica comprometida, mas a relevância de uma resistência basal, ou seja, cepas naturalmente mais resistentes, fica evidenciada. A obtenção de uma terapia que neutralize tal “campo minado”, principalmente as proteínas do NS5A e E2, poderá aumentar a eficácia da atual terapia, além de criar uma terapia realmente antiviral.

Considerando que temos uma terapia subótima, que depende da interação com o hospedeiro e um vírus altamente capaz de se proteger, poderíamos definir pacientes difíceis de tratar, como todo aquele infectado pelo VHC.

 

Na verdade, isso não é real se considerarmos os estudos já realizados durante o desenvolvimento da terapia atualmente considerada padrão ouro, quando foi possível demonstrar a eficácia desta e definir fatores preditivos de resposta favorável. No entanto, um dos méritos do recente consenso do NIH, além de definir claramente o papel do interferon peguilado como terapia padrão em pacientes virgens para terapia infectados pelo genótipo 1, foi ampliar a discussão dos resultados obtidos em protocolos controlados em relação aos da “vida real” e se os mesmos ocorreriam em pacientes menos selecionados ou difíceis de tratar. Dessa forma, volta a valer o conceito de que todos os pacientes são difíceis, uma vez que os resultados favoráveis podem estar com algum viés, como analisaremos a seguir.

 

O primeiro dado que devemos considerar é o fator adesão terapêutica. Como já observamos anteriormente, os melhores percentuais descritos de RVS são os descritos nos estudos de desenvolvimento dos IFNs peguilados. Enquanto Manns e Fried encontraram 48% e 45%, respectivamente, McHutchison encontrou 36% de RVS com a associação IFN/ribavirina. Tal fato é observado por Manns, com alguma surpresa, pois a casuística dos estudos foi semelhante nos diversos aspectos relevantes, excluindo assim a possibilidade de uma amostra selecionada. Uma das possibilidades para explicar esse fato é uma maior experiência no manuseio da associação, o que acarretou um menor número de descontinuações. Essa explicação é plausível, mas há que se considerar que um paciente acompanhado no contexto do protocolo está muito mais motivado para se tratar, é atendido por uma equipe multidisciplinar e possui facilidade de acesso aos recursos diagnósticos e terapêuticos. Dessa forma, uma maior adesão é esperada e certamente influenciou nesse resultado, tanto que os resultados da terapia com interferon peguilado foram analisados separadamente em relação à adesão, e esta se mostrou crítica e altamente relevante, elevando, na terapia otimizada por peso e adesão, a RVS de 48% para 63% no genótipo 1 e 88% para 94% no genótipo 2 e 3. Portanto, será que na vida real, onde a adesão não será necessariamente tão boa, os resultados serão os mesmos? Será ainda que se otimizarmos a utilização do interferon convencional, mais barato, não conseguiremos melhorar a performance desse?

 

Um grupo de pacientes que pode ser representativo dos problemas da vida real é o de veteranos da Guerra do Vietnã, caracterizados por uma combinação única de fatores preditivos de má resposta única: maioria masculinos, genótipo 1, idade acima de 40 anos e doença histológica avançada. Além disso, sua elegibilidade para terapia é bastante comprometida pelo consumo de drogas e álcool e problemas psiquiátricos. Em 100 candidatos à terapia, 51% eram negros, fator de pior resposta, como veremos adiante. Apenas 32% foram selecionados para tratamento, semelhante a estudos em população geral, onde o percentual de elegibilidade variou entre 34 a 58%. No trabalho de Manns e col., entre 2.316 triados, 66% dos pacientes foram elegíveis. Observa-se que tal número é o dobro dos anteriormente descritos. Seria esse um fator relevante, ou seja, uma população melhor selecionada, com mais adesão ou doença menos grave?

 

Recentemente, Falck-Ytter e col. analisaram a aplicabilidade da terapia com interferon em uma população metropolitana atendida em um hospital

universitário nos Estados Unidos. Entre 327 pacientes avaliados em função de positividade do anti-HCV, 72% não foram tratados (seguimento médico irregular, co-morbidade médica ou psiquiátrica severa, uso de álcool ou drogas ou não-concordância com a terapia). Assim, a maioria dos pacientes portadores de hepatite C pode não ser de bons candidatos para terapia, e entre os 83 tratados com interferon e/ou interferon e ribavirina, não sendo especificada pelos autores qual a proporção de cada terapia e nem os dados virológicos, RVS ocorreu em apenas 11 (13%) pacientes, número muito menor do que o observado nos estudos clínicos publicados. Esse estudo demonstra claramente a dificuldade de transpor os resultados de protocolos clínicos para a vida real e, mais importante que isso, a necessidade de uma abordagem assistencial multiprofissional, visando
reduzir os danos associados ao álcool e drogas, tratar as doenças psiquiátricas e incrementar a adesão terapêutica.

 

A abordagem multiprofissional possibilita ainda a tentativa de otimizar o interferon convencional através de esquemas posológicos alternativos, com doses diárias, que podem corrigir o descompasso entre a farmacocinética desse e a cinética do VHC, importante fator para o insucesso da terapia convencional. Abbas e col. obtiveram 88% de RVS em 35 pacientes tratados com interferon-alfa diário e ribavirina por seis meses. Desses, 14 possuíam tipo 3, entre os 29 testados. A tolerância ao tratamento foi boa. Embora pequeno, esse estudo evidencia que essa pode ser uma abordagem alternativa, enquanto o custo do PegIFN ainda é proibitivo para a maioria das pessoas.

 

Outro fator importante na transposição dos resultados para a vida real é o fator racial. De Maria e col. demonstram que existem fatores genéticos e ambientais que podem estar implicados na resposta terapêutica. Comparando grupos semelhantes de negros e caucasianos submetidos à terapia com interferon, houve 10% de RVS entre os negros e 53% entre os brancos (p < 0,0001). No desenvolvimento do PegIFN-alfa-2a, o predomínio racial foi de brancos, 85%, com 3% de negros. Entre 55 negros avaliados, 80% apresentavam genótipo 1, 25% cirrose ou transição para cirrose. No grupo que recebeu monoterapia com IFN houve 0% de RVS, contra 13% nos brancos; entre a monoterapia com PegIFN-alfa-2a houve 15% e 35% de RVS entre negros e brancos. Fica demonstrada a superioridade do PegIFN, porém é nítida a influência da raça, o que é preocupante em um país como o Brasil. Estudos com combinação PegIFN-alfa-2a e ribavirina em negros estão em andamento. No estudo de Manns, com PegIFN alfa-2b, a raça dos
pacientes não é citada, mas considerando-se que foi realizada em áreas de predomínio racial caucasiano, é provável que tal informação não seja conhecida.

 

Considerações feitas, podemos categorizar as causas de insucesso terapêutico:


• Fatores relacionados à terapia:

- Esquema utilizado na fase inicial (indução): 3x/sem inadequado à cinética do VHC
• Duração: maior duração reduz recidiva

• Fatores relacionados ao paciente:

- Idade (> 40)
- Gênero
- Raça 
- Peso (alteração distribuição; esteatose - adiante)
- Anticorpos antiinterferon
• Hábitos: álcool, drogas
- Adesão

• Fatores relacionados à doença:

- Grau de fibrose/cirrose
- Co-infecção HIV
- Manifestações extra-hepáticas
- Não-resposta a tratamento anterior
- “ALT normal e lesão hepática leve” – analisar o contexto, pois se houver boa perspectiva de RVS, tratar.

• Fatores relacionados ao VHC:

- Diversidade e número de quasispécies
- Genótipo (1/não-1): papel NS5A, E2, poliproteína: escape ao IFN?

Portanto, de forma criteriosa, podemos definir pacientes “mais” difíceis de tratar como os portadores de fatores prognósticos ruins, isolados ou em associação. Além disso, existem grupos específicos que merecem ser citados:

• Hepatopatia avançada
• Citopenias (Plaquetas < 75.000/mm3, leucopenia < 1.500/mm3)
• Hemorragia digestiva
• Infecções
• CHC
• Disfunção de síntese do fígado
• Ascite intratável
• Doenças concomitantes
• Doenças mentais
• Doenças auto-imunes
• Hemofilia
• Doença renal
• Populações “marginais”
• Alcoólatras
• Usuários de drogas
• Encarcerados/Institucionalizados
• Moradores de rua
• Populações especiais
• Negros
• Idosos

 

C. Terapia em pacientes difíceis


(1) Populações “marginais” e especiais

São pouco estudadas uma vez que estão excluídas dos grandes trials. No entanto, dentro desse importante grupo, o VHC tem se perpetuado, sendo esse o principal reservatório do VHC e, a partir desses, infecta novas pessoas, uma vez que a aquisição de VHC pela via transfusional, em países com bom controle do sangue e derivados, é desprezível. Portanto, a erradicação da infecção nessa população é fundamental. Não há razão aparente para que esse grupo seja pior que os demais em relação à resposta. O fator que certamente o desfavorece é a baixa adesão terapêutica e a exposição de risco para aquisição de co-infecções, principalmente o HIV, piorando assim seu prognóstico.

A adesão e a redução de risco são objetivos factíveis quando se institui uma abordagem multiprofissional, observando-se RVS à terapia com IFN e ribavirina semelhante à da população geral.

A terapia em idosos foi revista recentemente em nosso meio, observando-se uma tolerância satisfatória, a possibilidade de RVS e RVNS e melhora histológica. No entanto, os dados são insuficientes para generalizações, mas permitem que protocolos sejam considerados. O tratamento de negros foi discutido previamente.

 

(2) Terapia em hepatopatia avançada

Mais uma vez estaremos diante de dados extraídos de forma secundária dos grandes ensaios clínicos com PegIFN, exceto para o PegIFN-alfa-2a, que possui um estudo específico para a população de cirróticos. O percentual de RVS em cirróticos tratados com PegIFN/ribavirina é superior ao da combinação com IFN convencional, porém inferior ao de pacientes com doença mais branda, por exemplo para o PegIFN-alfa-2a, 43%, 33% e 58%, respectivamente. O uso de eritropoietina e GM-CSF aliado ao ajuste posológico da ribavirina e INF permite um manuseio seguro das alterações hematológicas, embora a redução da dose do IFN comprometa sua eficácia antiviral.

Para esse grupo em particular objetivos terapêuticos histológicos mostram-se apropriados e prioritários. Atualmente, o estudo HALT-C procura avaliar esse efeito através da terapia prolongada com PegIFN-alfa-2a em doses reduzidas. O quanto esse benefício histológico representará em redução nas complicações potencialmente fatais ainda está por ser definido.

Finalmente, em cirróticos descompensados, a terapia antiviral só deve ser considerada em protocolos clínicos, sendo o transplante hepático a melhor alternativa. A terapia antiviral pós-transplante será discutida separadamente.

 

(3) Doenças concomitantes

Nesse grupo, a terapia convencional tem sido empregada com resultados semelhantes aos da população geral. No entanto, há a necessidade de um monitoramento freqüente e da abordagem multiprofissional para as doenças mentais. A insuficiência renal crônica (IRC) deve ser tratada com monoterapia, pois a ribavirina é contra-indicada, não só por causar anemia hemolítica dose-dependente mas também porque não é dialisável. Assim, uma boa indicação para a monoterapia com PegIFN, que proporciona resultados semelhantes aos da associação do IFN com ribavirina, é a IRC.

Em doenças auto-imunes, a utilização de IFN está prejudicada, pois o risco de exacerbação é grande. Nessa situação, o controle através da corticoterapia deve anteceder a eventual e cuidadosa utilização do IFN.

 

(4) Terapia em não-respondedores e recidivantes

Embora grande parte dos infectados pelo VHC desconheça sua condição, uma parcela significativa de pacientes já foi tratada. Pelo que temos discutido, mesmo sob uma ótica otimista, a maioria dos pacientes tratados não obteve RVS e grande parte dos que ainda serão tratados terá um destino semelhante. Assim, a abordagem para pacientes não-respondedores ou com resposta não-sustentada para terapia com interferon e interferon/ribavirina é tema de elevada relevância e muito presente na prática clínica diária.

 

Como vimos, a terapia baseia-se fundamentalmente na utilização do Interferon, medicamento de atuação indireta e para o qual o VHC é capaz de produzir mecanismos de escape muito eficazes. Embora a associação com a ribavirina tenha aumentado o sucesso, atuando principalmente na segunda fase da curva de resposta virológica, reduzindo as recidivas virais, isso não impediu que tanto em protocolos mais antigos quanto na prática clínica tenhamos pacientes submetidos a ciclo, ou ciclos, terapêuticos ineficazes, com o potencial de seleção de quasispécies mais resistentes, o que agrava a situação, embora isso seja controverso, pois é possível que a resistência seja intrínseca e que terapias anteriores tenham apenas eliminado as quasispécies sensíveis, não interferindo com as já naturalmente resistentes. De fato, Farci e col., ao analisarem de forma seriada seqüências dos genes de envelope 1 e 2, inclusive da região hipervariável 1, em 23 pacientes com diversos padrões de resposta virológica,observaram que a redução no número de quasispécies no início da terapia, sendo substituída por uma única variante viral, funciona como preditor de resposta favorável e pode ser detectada tão precocemente como em duas semanas, e que, diferentemente, a persistência de quasispécies já presentes antes da terapia sugere a existência de resistência intrínseca.
 

Portanto, a terapia de não-respondedores e mesmo de respondedores parciais baseada na associação de IFN, convencional ou peguilado, com vários outros agentes antivirais ou imunomoduladores (Ribavirina, Amantadina, Histamina, Citocinas) ou variações posológicas ou da molécula de IFN – IFN consenso – mostra resultados diversos, eventualmente superiores, porém ainda insuficientes para compensar o custo-benefício desses. No momento vários estudos avaliam o potencial terapêutico dessas associações, no entanto parece-nos que para não-respondedores a melhor opção é o aguardo, sob monitoramento clínico, de novas classes de agentes – nucleotídeos antisense, ribozimas, inibidores de protease para NS3, inibidores de helicase – capazes de atuar contra o VHC diretamente, o que deve ocorrer nos próximos cinco anos. Já para pacientes com doença avançada – cirrose ou transição para cirrose – o uso de IFN prolongado, como já comentamos anteriormente, é uma alternativa aparentemente segura e eficaz em seus propósitos, ou seja, desacelerar a progressão da doença e reduzir as complicações e o CHC. Aguardamos as conclusões do estudo HALT-C para a confirmação disso, todavia, como existem referências para tanto é possível que o médico possa decidir por uma abordagem desse tipo para casos selecionados.

 

De forma prática, a decisão para o retratamento dependerá da terapia anterior, da terapia a ser usada, do tipo de resposta prévia – NR ou RNS – da raça, do genótipo, da severidade histológica, da tolerância e adesão prévias. Além disso, o resultado esperado não deve ser superior à diferença do melhor resultado entre a terapia anterior e a próxima. Como preditores de boa resposta ao retratamento, temos a raça branca, o genótipo 2 e 3, carga viral menor que 2 milhões cp/ml e queda dessa para menos de 100.000 cp/ml durante o tratamento prévio.

 

Devemos considerar na decisão terapêutica a história natural da hepatite C, na maioria dos casos de evolução histológica branda e que o retratamento de NR leva a apenas 10%-25% de RVS ou até piores fora de um protocolo clínico, em um contexto assistencial. Além disso, a terapia subseqüente deverá ser sempre superior. Dessa forma, o retratamento, cujo benefício é limitado, deve ser reservado aos bons candidatos e a pacientes com fibrose significativa, sendo a terapia de manutenção indicada aos cirróticos, ou em transição para cirrose, que na terapia anterior tenham tido redução da carga viral e melhora histológica. Em pacientes com lesões mínimas, a melhor conduta é a observação e acompanhamento clínico.

 

Resumidamente, temos as seguintes opções terapêuticas:

 

• Não-Respondedores:
• NF:
- dose maior de IFN
- IFN/ribavirina 24-48 semanas
- IFN diário/ribavirina
• IFN/ribavirina:
- IFN/ribavirina/amantadina
- IFN de consenso
- PegIFN/ribavirina-15-20% RVS

. PegINF/ribavirina:
- Manutenção de PegIFN
• Resposta Não-Sustentada:

INFERGEN
- IFN/ribavirina (até 50% de RVS)
• IFN/ribavirina:
- PegIFN/ribavirina
- (60% de RVS com PegIFN alfa-2b 1,5/ribav 800)
- IFN/ribavirina: acarretará RNS


A definição de bons candidatos para retratamento com PegINF é muito importante considerando os custos envolvidos. Estes são os recidivantes, monoterapia prévia com IFN, queda maior que 2 log na terapia anterior, genótipo 2 ou 3, adesão ruim ao tratamento anterior e abstinência ao álcool. Considerando que no Brasil, pela dificuldade de acesso ao métodos diagnósticos, é difícil categorizar os pacientes como NR ou RNS, deveremos analisar o conjunto de informações disponíveis, mas há uma tendência ao uso de formulações peguiladas, particularmente nos pacientes com muita fibrose hepática.

 

A. Custo-benefício

Esse é um tópico polêmico e ainda não resolvido, dependendo da ótica de cada parte envolvida. Para o paciente, a terapia padrão ouro é sempre desejada e, na pior das hipóteses, o fato de se utilizar uma droga de administração semanal como o PegIFN já é por si uma grande vantagem. Para o médico assistente, respeitando-se as regras de segurança e ética, a terapia padrão ouro também é sempre desejada e, apesar da análise técnica, esse sempre tentará incluir seu paciente dentro do grupo que obtém sucesso nas estatísticas, mesmo as mais desfavoráveis, ou no grupo das exceções, quando existirem referências literárias que o permitam, ou dentro de protocolos criados em suas instituições. E, finalmente, para os gestores da Saúde, a terapia deve ser aquela comprovadamente eficaz não só em protocolos, mas também após sua transposição para a vida real, o que nem sempre é possível porque o número de pacientes tratados nesse contexto é insuficiente ou não monitorado, porque a terapia é muito cara
e inacessível ou porque a urgência e a gravidade da situação não permitam que se aguarde, como é o caso da Aids.

 

O princípio mestre que deve nortear nossas ações é o interesse da Saúde do indivíduo sob nossa responsabilidade, que no Brasil é assegurado constitucionalmente. Já para o Estado o interesse é coletivo, sem que ocorra, a princípio, um prejuízo à saúde do indivíduo. Esse é um dilema, talvez até um conflito não solucionado, mas certamente o tempo vai se encarregar de resolver. No entanto, há tempo? Sim e não. Há tempo para os indivíduos com forma branda, mas para os em cirrotização ou já cirróticos, a terapia deve ser otimizada já, e sempre, lembrando que o recente avanço dos interferons peguilados estará em breve suplantado pelas novas alternativas que virão e que também devem ser disponibilizadas. Além do desafio da terapia, há o desafio do diagnóstico, desde identificar os infectados – e que desconhecem sua condição – até a plena avaliação e monitoramento dos já diagnosticados, identificando entre eles os prioritários, tarefa que por vezes pode ser tão simples quanto realizar um hemograma, triando os plaquetopênicos.

 

Em relação à terapia, mesmo que não se reproduzam na vida real os mesmos resultados dos protocolos, é inegável a superioridade do PegIFN na maioria das situações, pois ele sempre é superior ao convencional, em maior ou menor grau, mesmo para o genótipo 2 e 3, onde a superioridade é menos evidente. Além disso, a abordagem multiprofissional pode incrementar a adesão e melhorar os benefícios do IFN – peguilado ou não – e o uso semanal permite terapia supervisionada em grupos selecionados. Além disso, a predição de resposta na semana 12, ou até antes, pode resultar em economia de recursos, seja pela interrupção da terapia, seja pela redução da dose de PegIFN, caso se opte por um objetivo histológico.

 

É provável ainda que, a exemplo do que se comprovou para a terapia de associação IFN/ribavirina e com a Aids, a terapia com PegIFN e ribavirina, com abordagem laboratorial adequada, seja a medida economicamente mais viável e a de melhor impacto na qualidade de vida, pois o não-tratamento implicará em custos futuros decorrentes das complicações da hepatopatia grave e do CHC.

 

Finalmente, como inexiste uma vacina eficaz, a terapia dos infectados associada à prevenção de novas contaminações parece ser a melhor alternativa para tentar erradicar o pool que mantém e perpetua a hepatite C.

Em minha opinião, cabe às Sociedades Médicas, Universidades, ONGs, à Indústria e ao Governo o estabelecimento de parcerias para criar protocolos adaptados à vida real e monitorar os resultados da terapia nos pacientes já tratados, usando para esse fim consensos independentes, como é o caso do presente documento feito pela SPI. Além disso, outro exemplo da Aids a ser seguido é o da abordagem multiprofissional visando adesão à terapia.

 

B. Fatores modificadores da evolução da doença

Embora seja uma doença infecciosa, não podemos perder de vista que a hepatite C é sobretudo uma doença fibrogênica, pois em última análise a morte nessa patologia decorre das complicações da cirrose hepática ou do CHC. Assim, qualquer medida que possa interferir, favorecendo ou retardando tais fenômenos, é relevante, pois como já vimos os recursos terapêuticos são limitados.

 

A abordagem de cada caso deve ser feita de maneira realística, informando ao paciente que a doença não progredirá rapidamente, poderá não progredir, pode ser compatível com um tempo de vida normal e poderá responder à terapia. De fato, estudos de seguimento (média 4-16 anos) de pacientes portadores de hepatite não-A não-B pós-transfusional, posteriormente C, demonstraram que a progressão para a cronicidade é comum, cirrose foi identificada entre 1% e 20% dos casos, CHC foi raro e a mortalidade relacionada ao fígado foi modesta, variando entre 0% e 3,7%. Tais estudos, no entanto, possuem imperfeições por se concentrarem apenas nos que desenvolveram “hepatite”, negligenciando vários aspectos, como por exemplo pacientes com ALT normal e a influência de fatores externos como o álcool.

 

Estudos retrospectivos, que no entanto pela abordagem e possibilidade de investigação laboratorial utilizada assemelham-se a estudos prospectivos, envolvendo pacientes infectados há 17-40 anos, e, em um caso, soros de mais de 50 anos, evidenciaram que a doença evolui de forma severa em 15%-20% dos casos enquanto 55% evoluí com forma crônica e assintomática. De forma geral, 20% dos casos agudos são curados e 80% cronificam e, sob influência da terapia com IFN e ribavirina (estimando 35% de RVS), uma coorte hipotética de 100 pacientes teria 64% de prognóstico favorável e 36% com prognóstico ruim. Embora essa perspectiva seja esperançosa, não é possível ignorar o grande número de pacientes que morrerá ou necessitará de um transplante de fígado em função da hepatite C, bem como que a perspectiva individual não deve subestimar a magnitude e o impacto global da hepatite C! Além disso, ainda não conhecemos o pico da curva de incidência da epidemia de hepatite C, mas sua amplitude estimada é enorme e seus reflexos já se fazem presentes, por exemplo na indicação de transplante hepático nos EUA, onde 1/3 dos casos tem por indicação a hepatite C.

 

Em relação à progressão histológica, dois estudos clássicos – Kiyosawa e Tong – permitiram a útil aproximação de que o tempo de infecção para o aparecimento de hepatite crônica é de dez anos, cirrose em 20 anos e CHC em 30 anos. Em relação à taxa de progressão da fibrose, Poynard e col. estimaram que a progressão ocorre na razão de 0,133 unidades/ano (sistema METAVIR), ou seja, o tempo necessário para avançar de um estágio de fibrose para outro é de 7,5 anos, e o tempo para desenvolver cirrose é de 30 anos. O mesmo autor descreve que existem três padrões distintos de progressão: lento, intermediário e rápido, existindo uma correlação quase linear entre a idade do paciente na biópsia e o tempo de infecção com o grau de fibrose. Assim, 1/3 dos pacientes poderá desenvolver cirrose em menos de 20 anos e outro terço poderá nunca desenvolver cirrose ou fazê-lo em intervalo superior a 50 anos. Nesse aspecto, finalmente, Poynard descreve ainda a diferença na progressão entre pacientes
masculinos, infectados após os 40 anos de idade e que ingerem mais de 50 g de álcool ao dia quando comparados com mulheres infectadas com menos de 40 anos e que não ingerem álcool. Nos homens, o tempo médio de progressão para cirrose foi de 13 anos e nas mulheres de 42 anos.

 

Os fatores associados ou não com a progressão da fibrose são:

• Associados em análise univariada e multivariada
- Idade na infecção
- Duração da infecção
- Idade na biópsia
- Ingesta > 50 g/dia de álcool
- Infecção pelo HIV
- CD4 < 200/mm3
- Sexo feminino
- Estágio de fibrose

 

• Incertos
- Necrose hepática
- Inflamação hepática (perfil de citocinas)
- Heterozigotos para hemocromatose
- Tabagismo
- Esteatose
- Índice de massa corpórea
- Consumo moderado de álcool
- Diabetes

 

• Não associados
- Carga viral plasmática e hepática
- Genótipo
- Quasispécies
- Modo de infecção
- Antígenos DR
- Complexidade da região hipervariável-1

 

Entre esses fatores, a progressão depende particularmente do sexo, idade e consumo de álcool. O RR para cirrose para homens é de 2. Infecção após 30 anos tem RR de 27,1 para cirrose e 5,3 quando infecção entre 21-30 anos. Consumo de álcool > 50 g/dia acarreta RR de 4,5. Já o grau de atividade, A2 ou A3, acarreta RR de apenas 1,4 para cirrose. Pacientes com ALT normal possuem progressão baixa da cirrose, porém até 15% desses podem ter progressão, o que indica a necessidade de avaliá-los.

 

A explicação para esses fatos pode ser a influência do estresse oxidativo, redução da irrigação sangüínea e das funções mitocondriais e imune nos idosos, a ação antifibrótica potencial dos estrógenos em relação ao sexo.

 

Um fator isoladamente mais importante é a co-infecção pelo HIV que acelera sobremaneira a fibrose hepática e compromete toda a história natural da infecção. O papel da co-infecção é discutido isoladamente em outra seção do consenso.

Após o estabelecimento da cirrose, a probabilidade de sobrevivência é de 96%, 91% e 79% em três, cinco e dez anos. No entanto, após a descompensação, essa se reduz para 50% em cinco anos. A taxa de mortalidade é de 1,9% nos primeiros cinco anos de cirrose. O desenvolvimento de CHC possui um risco cumulativo de 4%, 7% e 14% nos anos três, cinco e dez de cirrose e a taxa de incidência anual é de 1,4%.

Elevação de bilirrubinas, evidência clínica de hipertensão portal, idade avançada, plaquetopenia e terapia com IFN são fatores independentes associados a sobrevivência.

 

Recentemente tem-se descrito a importância da esteatose como fator promotor de fibrose. O genótipo 3 está mais associado com esteatose, bem como outros fatores metabólicos (dislipidemias, obesidade, resistência a insulina e diabetes). Assim, a reversão e controle dessas alterações metabólicas pode ter um impacto favorável.

 

A biópsia hepática ainda é o melhor método para monitorar a fibrose. Deve ser realizada a cada três/cinco anos em pacientes não tratados, sendo esse intervalo variável em pacientes de maior ou menor risco de progressão (considerar idade, biópsia anterior, ALT, etc.). Por outro lado, se houver chance real de cura (bons fatores preditivos), a terapia parece ser custo-benefício favorável se comparada ao monitoramento e biópsias seriadas em pacientes com doença branda. Na prática diária, o monitoramento dos níveis de ALT é útil no acompanhamento da progressão da fibrose, enquanto métodos mais dispendiosos utilizando marcadores sorológicos da fibrose têm sido desenvolvidos, destacando, no entanto, que dados preliminares do estudo HALT-C mostraram que plaquetopenia isoladamente foi quase tão eficaz quanto um painel de marcadores de fibrose para a detecção de cirrose.

Considerando que a descrição do VHC é recente, ainda não é possível demonstrar em definitivo os benefícios tardios da terapia, porém os dados já disponíveis permitem afirmar com muita segurança que a RVS está associada com regressão das lesões histológicas, mesmo estruturais. Tal efeito é observado mesmo para respondedores parciais ou não-respondedores, como discutimos anteriormente. Assim a terapia antiinfecciosa modifica a progressão.

 

Segundo Leonard Seef, em apresentação oral na conferência de consenso de NIH em 2002, sugere-se que 50%-70% dos casos não progredirão se os fatores interferentes da história natural forem modificados. Parece-nos óbvio, portanto, que tão importante quanto a terapia medicamentosa é a terapia não-medicamentosa, que envolve redução de danos-combate à aquisição do VHC em pacientes de risco (mais velhos, portadores do HIV), combate ao uso de drogas e/ou uso compartilhado, não-infecção pelo HIV nos portadores de HCV, abstinência do álcool, etc. – além do controle metabólico e de peso, ensejando, portanto, uma abordagem multiprofissional.

fonte: www.sbhepatoligia.org.br

 

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